Adoção “Ser família ACOLHEDORA é uma lição de vida” - Fonte: Piradigital

Famílias como a da representante de vendas Valdinessa e do engenheiro agrônomo Fábio Simões, de 41 e 45 anos respectivamente, permitem que crianças retiradas de suas famílias por decisão judicial recebam mais do que o amparo impessoal e “frio” de um abrigo. Mesmo sabendo que a convivência é temporária, estes casais se propõem a acolher crianças e adolescentes como filhos e disseminar valores familiares.
Desde agosto de 2014, a família Simões aderiu ao programa Família Acolhedora de Piracicaba (SP), que tem como proposta priorizar o encaminhamento de vulneráveis para casas de acolhedores – a iniciativa ganha força desde 2009, com a aprovação da Lei Nacional da Adoção.  Desde então, o casal recebeu cinco crianças.

Lição de vida
Um dos casos que mais marcou a mãe acolhedora foi quando um filho acolhido, que iria completar 4 anos, pediu um bolo de morango de presente de aniversário. “Viver estas experiências é uma lição de vida para mim e para a minha família. Este caso me marcou porque ele chegou em casa sem nada, com um brinquedo com a cabeça quebrada e, quando achei que fosse pedir algum brinquedo de presente, simplesmente me pediu um bolo”, conta emocionada.
“As crianças que acolhemos retribuem todo o amor que damos a eles, é algo inexplicável. Além disso, tenho muita sorte, pois sou amiga de todas as mães adotivas das outras quatro crianças que recebi em casa. Não ficamos sem nos falar um único dia e isto é maravilhoso”, acrescenta.
Projeto
Na cidade, a iniciativa entrou em funcionamento em 2013 e realizou 37 acolhimentos, de acordo com a coordenadora do projeto Patrícia Dutra. Atualmente, a iniciativa é executada pela Pastoral do Serviço de Caridade (Pasca).  “A média de permanência do acolhimento tem sido cinco meses”, diz.
A iniciativa é constituída por famílias voluntárias. De acordo com Patrícia, estas famílias se tornam responsável em oferecer os cuidados integrais à criança e adolescente, além de garantir o direito à convivência familiar e comunitária. “É também um espaço de construção de novas referências relacionadas e desta forma favorece o desenvolvimento bio-psico-social dos acolhidos”.
A equipe psicossocial do serviço realiza o acompanhamento, apoio e orientação da criança e adolescente e da família acolhedora, atentando para que o processo de acolhimento colabore para o bem-estar do acolhido e garanta seu pleno desenvolvimento.
Enquanto o acolhido estiver sob os cuidados das famílias, a equipe psicossocial do serviço direciona sua atenção ao cuidado da família de origem buscando fortalecer sua capacidade de proteção e cuidado. Nas situações em que a família de origem não apresenta movimento positivo em direção à superação das situações que ocasionaram o acolhimento existe a busca da família extensa ou ampliada e, como último recurso, a colocação em família substituta.
Ainda de acordo com Patrícia, atualmente, a grande dificuldade é a captação de famílias para que as crianças e adolescentes possam ser acolhidos.
Fonte: Paradigital - Juliana Franco

Comentários